21 junho 2012

Exposição Hermès Editeur, arte em seda


Fascinado por técnicas inovadoras para a impressão de estampas em tecidos, Robert Dumas criou, em 1937, o primeiro lenço de seda Hermès. A busca constante por novas combinações de cores e padrões de estampas exclusivas se tornaram a essência de seu trabalho à frente da grife francesa.
Ao longo dos anos, diversos artistas foram convidados para criar desenhos diferenciados, como Cassandre, Ledoux e Kermit Oliver, um índio americano que também era pintor e que se especializou no retrato dos nativos na América, entre outros.
Em 2008, a maison francesa realizou a primeira edição da exposição bienal Hermès Editeurs, um projeto que reúne os artesãos da Hermès e as artes contemporâneas, onde artistas, designers e fotógrafos têm a oportunidade de apresentar trabalhos inusitados e surpreendentes. Exaltando o renomado savoir-faire da Hermès, os artistas propõem projetos inovadores que devem ser executados com perfeição, em muitas ocasiões, até mesmo superando limites.
Para a primeira edição, o escolhido foi o artista alemão Josef Albers com o tema ‘Hommage au carré’. A forma geométrica do quadrado foi explorada em diferentes proporções, inseridas umas dentro das outras, em infinitas variações cromáticas, que despertavam não apenas a curiosidade visual, mas também os demais sentidos, especialmente pela suavidade da seda ao toque.
A segunda edição da exposição Hermès Editeur ocorreu em 2010, em parceria com o artista francês Daniel Buren. Sob o título ‘Photo-souvenirs au carré’, 365 lenços foram criados especialmente para a exposição, decorados como negativos de filme de fotografia, com cores vibrantes e paisagens impressas em jato de tinta, em uma técnica revolucionária para um tecido tão sensível e delicado como a seda.
Para a terceira edição, a maison Hermès convidou Hiroshi Sugimoto, um importante artista japonês que segue em constante exploração de recursos que possam combinar a história e as tradições ancestrais com o modo contemporâneo de expressão. Esta filosofia coincide com as tendências criadas pela Hermès ao longo dos anos, confeccionando produtos sofisticados de modo artesanal, seguindo técnicas de produção centenárias.
Pelos últimos 10 anos, Sugimoto vem utilizando um prisma gigante para captar diferentes espectros de luz logo pela manhã, que são projetados sobre uma parede de seu estúdio. O resultado vem sendo metodicamente fotografado com máquinas Polaroids e as revelações instantâneas foram colecionadas pelo artista.
O projeto foi inspirado nas experiências científicas de Newton e Goethe sobre as origens das cores. Sugimoto foi um pouco além e incorporou a análise do impacto emocional das cores sobre os seres humanos, além de captar e separar a luz em espectros coloridos. As imagens abstratas registradas pelo artista são infinitas, uma vez que variam de acordo com o ângulo de incidência da luz sobre o prisma.
Em 2010, Sugimoto apresentou o projeto ‘Couleurs de l’ombre’ em seu estúdio em Tóquio e durante uma visita do diretor artístico da Hermès Pierre-Alexis Dumas, ambos concordaram que as nuances captadas pelas lentes das Polaroids serviriam perfeitamente como estampas exclusivas para os famosos lenços de seda da Hermès e assim, fecharam a parceria para esta nova exposição.
“Me lembro claramente. No centro de um amplo e iluminado salão, apoiado em um pedestal no chão, estava o enorme e imaculado prisma de cristal transparente. Através dele, todas as manhãs, a luz do sol criava um universo de cores que foram projetadas como sombras nas paredes brancas do estúdio”, relembra Pierre-Alexis Dumas.
Hiroshi Sugimoto e Pierre-Alexis Dumas selecionaram vinte fotos e, utilizando o método de impressão por jatos de tinta, criaram diferentes lenços em seda pura com a assinatura Hermès. Cada lenço foi impresso em uma edição limitada a apenas sete unidades, totalizando 140 lenços (140 x 140 cm), que formam, juntos ou isoladamente, lindos efeitos gráficos, e estão à venda por US$ 10.000 cada. O prisma e a experiência de Sugimoto também fazem parte da exposição.
A mostra ‘Couleurs de l’ombre’ está em exposição no Museum der Kulturen, em Basel, na Suíça, até o dia 21 de junho, e serve também como uma ótima oportunidade para conhecer o novo museu de arte, que passou por uma completa reconstrução e expansão pelos últimos dois anos. De lá, a mostra segue para Bruxelas, onde será exposta no espaço La Verrière, entre os dias 10 e 29 de setembro.

Preço: US$ 10.000, cada lenço de seda (sem impostos e frete)

Para maiores informações, visite o site: www.hermes.com

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